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A caixa de ferramentas metodológicas do LADIS

Operar a interdisciplinaridade em projetos de pesquisa é uma tarefa árdua e um desafio contínuo de fronteira na ciência. O LADIS trata essa questão a partir da estruturação de híbridos, que viabilizem a investigação a partir de base epistemológica múltipla e integrativa, em linha com a compreensão da realidade como essencialmente complexa. 

 

Para isso, o LADIS propõe e atua a partir de arranjos metodológicos que se utilizam de ferramentas tradicionalmente consolidadas em diferentes campos científicos. Complementarmente, os próprios arranjos metodológicos são objeto de análise e pesquisa, considerando que são eles que possibilitam e condicionam caminhos para o tratamento dos problemas complexos na interface sociedade-ambiente.

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Dentre os arcabouços metodológicos utilizados em projetos em andamento no LADIS, destacam-se:

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  • Métodos de análises estatísticas e econométricas;

  • Inferência e modelagem espacial;

  • Métodos de social network analysis;

  • Aplicação de redes neurais;

  • Modelagem e análise em dinâmica de sistemas;

  • Ferramentas e técnicas de facilitação para processos colaborativos e participativos.

Referências

LATOUR, B. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. São Paulo: Editora 34, 1994.

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FUNTOWICZ, S. O. & RAVETZ, J. R. Sciende for the post-normal age. Futures, 25, 739-755.

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NARDO, M.; SAISANA, M.; SALTELLI, A.; et al. Handbook on constructing composite indicators: methodology and user guide. Paris: Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), 2008.

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MAGGINO, F. Complexity in society: from indicators construction to theirs Synthesis. 1o ed. Roma, Itália: Springer, 2017. 334p.

Por que a opção por processos colaborativos e participativos?

O LADIS entende o desafio de produção cientifica como processo que está contido em contextos sociais e políticos. Portanto, para que os conhecimentos seja de fato orientados à soluções e demandas da sociedade, parte-se da premissa da necessidade de envolvimento de outros atores no processo de construção do conhecimento científico, não apenas como receptora, mas como parte intrínseca de seu processo. 

Tal horizonte, entretanto, é marcado por uma série de importantes desafios como:

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  • O reconhecimento do caráter essencialmente híbrido das questões da interface ambiente-sociedade, nos termos de Latour (1994), ou seja, sua compreensão extravasa todos os limites disciplinares (e muito frequentemente até mesmo esforços interdisciplinares). Desta forma, parte-se da necessidade da construção de uma abordagem epistemológica múltipla e integrativa, considerando e as limitações inerentes a estes arranjos;

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  • A perspectiva multidimensional das questões da interface ambiente-sociedade, que sinaliza para a necessidade da composição de múltiplas visadas, tanto do ponto de vista do conhecimento científico quanto da valorização e incorporação de conhecimentos não-acadêmicos, para a leitura do fenômeno. Diversidade de pontos de vista pode ser compreendida como uma estratégia para se aproximar do objeto de análise. Neste sentido, reveste-se de importância o movimento no sentido da ampliação da comunidade de pares para a geração e uso dos conhecimentos. O referencial teórico de suporte aqui é a Ciência Pós-Normal (FUNTOWICZ & RAVETZ,1993).

 

Do ponto de vista metodológico, parte-se das premissas, referenciais, técnicas e práticas do campo científico da Educação Ambiental como lastro para a composição dos arranjos metodológicos colaborativos e participativos.​

Construção de Indicadores

O laboratório entende que a síntese dos processos analíticos é fundamental, pois sem essa haveria uma lacuna intransponível entre o sujeito e a realidade complexa, ou ainda, entre conhecimento e ação (MAGGINO, 2017).  Os indicadores são ferramentas que tem propósito de diminuir as lacunas e de permitir visualizar elementos complexos de forma sintética e objetiva.

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O desenvolvimento e a análise de indicadores são o coração metodológico do LADIS.

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​A utilização de indicadores e índices materializa a interdisciplinaridade por:

 

  • Comunicar conhecimento complexo de forma sintética reduzindo distância entre ciência e sociedade​;​

  • Auxilia tomadores de decisão a pensar os sistemas de forma mensurável, possivelmente atrelado à metas e objetivos para sustentabilidade;​

  • Permite a confluência de processos participativos e colaborativo em produtos tangíveis aos contextos locais

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O processo de construção de indicadores toma por base o modelo conceitual e metodológico proposto pelo COIN (Competence Centre on Composite Indicators and Scoreboards), desenvolvido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e JRC (Joint Research Centre), entidade vinculada à Comissão Europeia (NARDO et al., 2008). 

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